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  • Foto do escritorEquipe Malamanhadas

Nosso corpo, morada

    Pode parecer futilidade falar de corpo, mas não é. Vamos analisar juntos? O corpo que habitamos por si revela quem somos e em consonância com a nossa mente, ele se posiciona — retrai ou reage.

    Por um tempo convivi muito mal com o meu, época da adolescência, tempo em que padrões impostos pela sociedade pesam demais e se você não tiver um equilíbrio, maturidade, cai nas armadilhas. Eu caí, me retraí. Meu peso estava fora dos padrões, então tudo que via em mim não era legal, eu me importava demais com as críticas negativas: o meu corpo não era o ideal para biquínis, para certos modelitos e quando percebi, a maior julgadora era eu. Vejam como é séria essa questão de minar a autoestima.

Por um tempo convivi muito mal com o meu, época da adolescência, tempo em que padrões impostos pela sociedade pesam demais

    Hoje, madura, vejo tudo de outra forma. Amo tudo o que há em mim, meu corpo, minha morada. Não falo de estética, me refiro ao bem-estar, à saúde física e mental. No momento que me aceitei como sou — isso independe se você é magro ou gordo, alto ou baixo, cabelo liso ou crespo — tudo começou a fluir, me abri para a vida com mais leveza.

Não é futilidade falar de corpos e padrões, o preconceito e a não aceitação, limita. Para combater o preconceito que impera na sociedade, e muitas vezes parte das próprias mulheres, é preciso combatê-lo inicialmente em nós. E isso vale também enxergar o outro pela essência. No geral lidamos muito mal com isso e muitas vezes nos incomodamos com àqueles que estão “fora do padrão” e demonstram felicidade. Vê que louco!?!!

    Essas cobranças são muito mais comuns às mulheres. O nosso corpo é usado para nos depreciar, como se fôssemos apenas isso, um corpo. Se não nos enquadramos somos inadequadas: muito velhas, muito feias, muito magras, muito gordas, e tudo isso vai arruinando a autoestima. O mundo é cruel com as mulheres e isso não é exagero. Muitas pessoas não conseguem transcender a aparência, o que é uma pena, porque torna a vida rasa e fluídica.

    A vida é uma despedida diária, é frágil, cabe no bolso. Perder tempo seguindo padrões impede o autoconhecimento e a possibilidade de conhecer melhor o outro e cultivar memórias afetivas que são tão caras.

    Ao invés de listar requisitos padrões, liste desejos afetivos, ao invés de apontar a outra, seja solidária e estenda a mão. Dê bons exemplos, há tantas mulheres maravilhosas que podemos nos espelhar. É importante repensar nossa postura, diariamente.



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