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  • Foto do escritorEquipe Malamanhadas

O dia que passei pensando nela

Atualizado: 2 de jul. de 2019





    Abri os olhos de um sonho com ela e demorei alguns segundos para entender como o mundo continuava a girar normalmente com o turbilhão imerso em mim. Tomei meu banho devagarinho sem querer me desgrudar das lembranças que já ameaçavam me escapar. A água escorria no corpo e as memórias se esvaíam junto, restando apenas sensações. Um beijo que só existiu na minha mente, mas que continuava a queimar meus lábios. Um cheiro cítrico de suor e pele que não faço ideia se é real. Um abraço feito de sonho que meus braços teimavam ansiar.

Não consegui tomar café, o estômago inquieto. Minha gata me encarava atentamente como se adivinhasse meu segredo.

    Não consegui tomar café, o estômago inquieto. Minha gata me encarava atentamente como se adivinhasse meu segredo. Saí de casa e tentei me concentrar no trabalho, mas a todo o momento sentia a barriga gelar. Fixava vazios, não conseguia disfarçar os olhos sonhadores. Respirei aliviada com o horário de almoço, precisava respirar ar puro e tentar refletir sobre a bagunça aqui dentro. Voltei ao trabalho alguns minutos atrasada, relutando em tentar tirar ela da cabeça. Pouco produzi, naquele dia nada me parecia interessante, eu precisava viver aquele sonho até que se extinguisse.

Ao chegar em casa, um pequeno susto: tudo estava igual como era antes. Ela estava tão forte em mim que era difícil crer que não havia se materializado e me aguardasse em carne e osso. Engoli a frustração agarrada ao travesseiro, o sono tardou a vir. Não acreditava que teria a sorte de encontrá-la novamente e não queria correr o risco de sonhar outras coisas e perdê-la de vez. Ela já esvaecia quando enfim o cansaço me venceu.

Amanheci sem ela no dia seguinte, mas nunca a esqueci. Não sei se real não sei se memória de outros tempos, mas algumas vezes ela ainda vive em mim.



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