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  • Foto do escritorMalamanhadas

"Foi tu quem juntou teus olhos dos meus"




Se tempo é dinheiro então em plenos dez reais da manhã aviso que vou embora.

Dito isto, preciso de uma porta que abra. E nenhum empurrão.

Vaidade mata e a gente ainda assim quer garantir tapinha nas costas. Sinceramente, olha, tapinha nas costas te empurra tu nem sabe pra onde.

Preciso de um nome na frente do meu, preciso de um senso de comunidade pra estar ali, alguém pra andar comigo e dizer que gosta de mim pelo menos mais ou menos... (Se for só um pouquinho já é muito agradecido sabe, se não me odiar eu até acho que já te amo).

E fico só aqui contando coisa minha pros outros e os vizinhos nem querem mesmo saber. Alguém tem que encher o meu copo mais tarde, alguém tem que ler uma história de me fazer sorrir pra mim mesma como se faz aos cinco anos de idade ou como se faz um penteado estranho pra se olhar no espelho e ficar rindo pro reflexo sozinha num domingo de tarde. E alguém tem mesmo que me ligar e contar suas histórias e me acusar de ser eu mesma - ao que irei negar com firmeza (as acusações são sérias, eu sei).

E no fundo vou sentir que finalmente (amém) acertei alguma coisa. Pelo menos alguém vai me ver um pouco melhor ali naquele momento ali. Quase como a gente garantir existência no fundo do olho que olha...

E tu?

Juntou teus olhos dos meus por generosidade ou delírio?



Texto escrito por Deborah Falconete.

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